PARTE 2 - CONCLUSÃO

Era uma vez… outra vez?


2

E é Primavera! É Abril de novo! Mantos verdes de esperança acolhem novas plantas que ajudam a pintar os campos, onde a Liberdade é a planta rainha.

É neste campo, agora sem grades ou portões, que aqueles antes separados pela guerra se encontram. Olham entusiasmados para a planta da Paz. Enamorados olham as novas plantas e retiram delas a seiva da mudança. Apaixonados alimentam as plantas de melhor vida, cuidam das pétalas de melhor trabalho, de melhor salário, de maior segurança.

Regam a planta do direito que os deixa gozar livremente os tempos de lazer. Entre olhares enternecidos vão juntos à escola, partilham salas e espaços, riem, convivem, dando as mãos, e expressam livremente pensamentos e desejos.

Aproximam-se, abraçam-se, fazem juras de amor, num país que continua a ter gente acolhedora, gente de trabalho, sonhadora, viajante e onde a flor da Liberdade vingou.

Moram no campo da esperança, onde a planta da Igualdade se desenvolve e se ramifica em justiça, em integração, em comunidades, em associações, que gritam em alta voz: Liberdade!

Apaixonados pela vida e pelo seu país, estes jovens são mudança de um jardim que por magia se tornou Livre!


3

Dir-se-ia que a história está quase a terminar, quase à beirinha de um final feliz. Mas a planta da Liberdade, caros leitores, nunca está segura. Tal e qual a da Democracia.
E acontece que uma doença surgiu, a fazer definhar estas plantas que tínhamos por tão vivas, tão verdes, tão cheias de saúde.

O que se julgava arrancado de vez – a planta da Ditadura, a da Pobreza – renasceu da terra. Muitos falam outra vez das doenças do fascismo, do racismo, da xenofobia, até da ameaça de Guerra – e a planta da Pobreza continua a desenvolver-se apesar da seiva podre que é a sua, e a que alguns chamam desigualdade

Como foi possível que tal acontecesse?

Esta história dir-se-ia acabar aqui. Mas não acaba. Cabe agora a todos, aos mais jovens sobretudo, continuá-la: arrancar outra vez as ervas daninhas, começando pela Pobreza.

Por agora, fica suspenso o final feliz. Enquanto as plantas da Liberdade, da Democracia, da Melhor Vida e da Paz não forem revigoradas e não derem outra vez as suas flores vermelhas, sinal de robustez, não haverá sossego para ninguém.

Pegue-se nas enxadas, nas foicinhas, nas tesouras de poda, nos sachinhos. E mãos à obra!

JPM & Ana Carolina Alves, 6.º H